quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Agricultor mata a mulher e se suicida

Homem estaria inconformado com fim de união de 43 anos


Um casamento de mais de quatro décadas terminou em tragédia em São Pedro do Sul na noite desegunda-feira. Ari Aldino Konig, 67 anos, matou a ex-mulher, Shirlei Gall Konig, 62, a facadas e, logo depois, se matou.

O casal estava em processo de separação. Há dois meses, Shirlei deixou a casa do casal, no interior do município, e foi morar na Rua Ministro Xavier Rocha, em frente ao quartel da BM, no Centro. Conforme relato de testemunhas à Polícia Civil, Konig estaria inconformado com o fim da união. Horas antes do crime, ele teria rondado a casa de Shirlei, retornando ao local por volta das 22h. Ao deparar com o portão trancado, ele teria pulado o muro lateral, batido na porta, que não estava trancada, e entrado na casa. Instantes depois, Shirlei teria saído correndo para o pátio, pedindo socorro. Konig a alcançou na frente da residência, e a atingiu com golpes de faca.

Ao ouvir os gritos da vítima e dos vizinhos, policiais militares que estavam no quartel foram ao local. Diante do portão chaveado, eles ordenaram que Konig parasse com as agressões, sem sucesso. Shirlei teria conseguido escapar para uma horta ao lado da casa, mas o ex-marido a teria seguido e continuado a golpeá-la com uma faca.

Foi quando os policiais fizeram um disparo de advertência, na tentativa de parar o agressor. Como não conseguiram, deram outros dois tiros. Nesse momento, conforme a BM, Konig teria dado um golpe de faca em si mesmo, caindo ao lado do corpo de Shirlei.

Em seguida, um dos policiais pulou a cerca que dá acesso ao pátio e arrombou o portão. Konig foi levado ao Pronto-Socorro, mas não resistiu aos ferimentos. Shirlei morreu no local.

O delegado Edson de Freitas Reis diz que apenas o laudo de necropsia detalhará as lesões sofridas pelas vítima, mas adianta que apenas um dos três disparos dados pelos PMs teria acertado Konig, no ombro:

– Conforme informações preliminares do posto do Departamento Médico Legal (DML), tanto Konig quanto Shirlei morreram em decorrência de ferimentos de faca.

A Polícia Civil vai investigar se houve excesso ou omissão por parte dos policiais militares. A BM também vai apurar a conduta dos PMs.

Vítimas foram sepultadas em cemitérios diferentes

Shirlei e Konig foram sepultados ontem – ela no cemitério da localidade de Nossa Senhora Aparecida de Pedra Grande, e ele, na localidade de Serro do Baltazar. O casal tinha três filhos. De acordo com um deles, Jeferson Gall Konig, 40 anos, o pai, que era agricultor, já havia ameaçado matar a ex-mulher e se matar. Konig teria deixado bilhetes para a família.

Shirlei foi professora, catequista, agente da Pastoral da Saúde e ministra da Eucaristia. Para o padre Roni Mayer, da Paróquia São Pedro Apóstolo, ela foi uma guerreira.

– Dedicou sua vida em favor da família, da escola, da comunidade e especialmente em defesa da saúde comunitária. Otimista, semeadora de esperanças, sorridente – enumera o religioso.

http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,42,3986299,21032

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