segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Crea apresenta resultado de vistoria na boate Kiss e fala em "série de erros"

Equipe de engenheiros avaliou o prédio onde ocorreu o incêndio em Santa Maria.

A conclusão de um relatório elaborado por especialistas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS) atribuiu a tragédia que matou mais de 230 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria, a uma série de erros tanto na falta de prevenção quanto na legislação recheada de normas imprecisas.

O resultado indica que as duas causas fundamentais pra ocorrência do incêndio foi a combinação do uso de material de revestimento acústico inflamável, exposto na zona do palco, associada à realização de show com componentes pirotécnicos.
Segundo a equipe, a propagação do fogo foi fundamentalmente influenciada pela falha de funcionamento dos extintores próximos ao palco, que poderiam ter extinguido o foco inicial. As deficiências nas saídas de emergência dificultou a evacuação do local e ampliou o número de vítimas. A superlotação aliada às características inadequadas do casa noturna em termos de sinalização, tamanho e localização das saídas de emergência, também contribuíram para a tragédia.
O relatório apresentado nesta segunda-feira também ressaltou que no caso da boate Kiss não há registro de que os proprietários tenham contratado um profissional para elaborar o Plano de Prevenção Contra Incêndio (Pcci), que assinasse como responsável técnico.
Ainda segundo o parecer, provavelmente os sócios da boate se aproveitaram das facilidades do Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio sistema (Sigpi), que tem o objetivo de agilizar a emissão de alvarás, para gerar um PCCI sem que fossem cumpridas todas as normas legais.
O coordenador da comissão do Crea-rs, Luiz Carlos Filho, atribuiu a tragédia a uma série de erros tanto na prevenção quanto defeitos sistêmicos de legislação e de normas imprecisas. Ele defende que grande parte do sentimento de segurança que existia no Brasil é pelo sucesso das medidas adotas na década de 1970 quando ocorreram grandes incêndios no país.
— Parte dos erros que se acumularam é porque estávamos nos sentindo seguros demais como sociedade — afirma Luiz Carlos Filho.

fonte: diário de santa maria

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